sábado, 19 de dezembro de 2009

A chuva sempre vai cair quando tiver que cair. O mar sempre vai subir quando for a época. O Sol vai se pôr sim ou sim, e a Lua vai nascer ou minguar nos dias previstos, corretamente. A nuvem vai nublar, a água fervente, antes, vai chiar; o calor vai queimar tanto quanto o gelo, o espelho vai refletir tanto quanto um desconhecido vai lhe reconhecer. Algum parente vai ter que te amar e qualquer cachorro que você alimentar, também.

Você algum dia vai tropeçar e, em alguns desses tropeços, algum dia você vai cair e, em algumas dessas quedas, algumas pessoas podem vir a te ajudar e, em alguma dessas ajudas, você vai reparar que obviedades como o cotidiano insistente das horas e relógios despertando para o novo dia podem te surpreender quando parar para pensar em quão imenso é a metódica da vida.

Até pode-se tentar fugir das certezas, mas inevitável já tem em seu significado todo o peso do que poderia passar horas falando e pouco explicando.
A chuva vai cair, o mar vai subir, o Sol vai se pôr, a Lua vai nascer.

E é basicamente tudo que eu sei.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Só tenho pensado ultimamente que está acabando.
E depois... depois é o tempo.
Não é mais leve, o tempo. É necessidade de algo que me leve, leve;
alto, longe, longe, lento. Onde pouco importa onde se está,
se está,
por onde se há de estar, então, depois de voltar.
Só tenho me perguntado como alçar vôo com tanto peso nos ombros.
Talvez eu viaje para terras onde anões dinamitem minhas culpas. Ou seria eu mesmo quem deveria?
Talvez eu tenha que parar de depender só de mim. Talvez eu tenha que parar de confiar só.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Engraçado isso, mas de repente minha consciência ficou muda.

Falou aos cotovelos pelo dia afora, conversou com o mundo e até com as pedrinhas. Agora, aqui, sozinhos eu e ela, nada. Nada. Absolutamente nada. Até acho que ela foi embora, por agora.

Logo quando precisava desse lero-lero, sabe?

Acho que a consciência está é de mau comigo. Falou com todos, todos que podia e, agora, sozinha comigo, nada. Absolutamente nada.

Pudera, está mais é certa. Dei canseira na coitada e nem esperei ouvir de volta tudo que ela tinha pra me dizer. Tudo que eu insisti em não ouvir e deixar para depois.

Taí. Muda. Nada, absolutamente nada. Parece que nunca existiu - tenta, ao menos.

Só espero que não dure.