quarta-feira, 28 de abril de 2010

Não são as opções. São as ocasiões, as situações. O trilho é caminho único, independente das bifurcações. Até onde sei, trens não andam pra trás e, mesmo que andassem, seria um pecado gastar combustível para pegar algum pertence esquecido por algum passageiro desmemoriado em alguma estação - próxima ou distante. Imagino estar sentado na janela enquanto tantos se acotovelam pela visão de coisas pouco visíveis passando. Já me acotovelei também, lutei e ganhei em busca de algo que mostrasse algo revelador, ou apenas relaxante para as próximas horas, longas horas, de viagem. Não relaxei, tampouco encontrei resposta - nem para futuro e muito menos para passado.

Não são as opções - a compra do bilhete, os passos até este trem. É tudo que levou à compra, aos passos, aos acotovelamentos e à clara decepção diante de uma janela embaçada pela velocidade interminavelmente crescente, ou melhor, à pressa, incrível pressa, do maquinista de chegar a este tal lugar ao qual todos que adentraram os vagões, vão. É claro, o maquinista vai, depois da chegada, pegar outro trem e seguir por aí "maquinando" seus outros tantos trens. Os passageiros vão ter que se contentar ao lugar.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Minha grande doença é ter medo de fazer algo quando já não há nada a se fazer. Nem sei se já não tornou-se uma mania, ou um daqueles tiques nervosos; um vício. Quero sempre abrir o paraquedas em meio à queda que me decidí levar só o corpo e a mente. Sei que minhas asas são puras metáforas, mas tenho que aprender que mesmo nas metáforas não abrem-se as asas por um espirro.