segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Na calmaria

I

A madrugada estava mais calma que o normal. Três horas e alguns vinte e sete minutos, quando eu vi o relógio pela ultima vez. A chuva fina transformava o asfalto da Beira-Mar em espelho e o céu em espetáculo dançante. O vento balançava o cachecol preto enrolado em meu pescoço, e minha toca preta prendia meus cabelos médio-tamanho; no meu bolso apenas um de meus vícios, o maldito celular – que não fugia da regra de tudo que carregava e contei até aqui, preto, assim como meu tênis. O blusão verde me aquecia do frio e minha tranqüilidade esquentava minha alma. De barulho apenas o assovio do vento, os pouquíssimos carros passeantes à procura de prazer, e meus passos.
Pensar mesmo estava cansado, apenas observava atentamente as poucas e pequenas coisas que aconteciam em minha volta, a tal dança da chuva, os tais carros, os tais passos meus. Andava acompanhado apenas da calma - onde até mesmo as estrelas esconderam-se em descanso – e os ratos de rua. Hora ou outra me lembrava de hoje, de ontem, de um ano atrás. Não era o momento de refletir e fechar livros que já tinham sido lidos – por mim e por todos à minha volta – 400 dias sem parar. Não era o momento para absolutamente nada. Era eu, a calma, os ratos, a chuva.

II

A chuva tornou-se torrencial em certo momento, próximo da metade do caminho de volta. Procurei o primeiro ponto de ônibus coberto e me sentei. Minha bexiga estava explodindo e, como raramente faço, deixei-me ao ar livre e ali mesmo desagüei, e que bom foi! Na vida poucas coisas equivalem-se a mijar quando se precisa mijar. Na verdade, na vida raramente vou encontrar algo que me traga mais sincero gozo que fazer algo quando estou com muita vontade de fazer. Ali, um exemplo.
Que bom foi descansar ao som das gotas encontrando o teto de PVC – ou do que quer que seja feito – do ponto.
Que bom foi tomar a decisão do silêncio e da caminhada. O quão bom é difícil me fazer entender aos que não conhecem ou não compreendem a caminhada de, exatamente, mais de ano. Coloque sua história mais intensa e cansativa em pauta, sinta-se onde estive, sente-se onde estou, descanse.
Entendeu, agora?

III

Levantei-me e aproveitei a estiada. Entender a chuva em que você está se molhando é muito útil em situação como essa. Você pode prever quando pode estar debaixo dela ou protegido. Algumas chuvas ensopam a alma, tornam-na pesada; algumas apenas a refrescam, a lavam, a rejuvenescem.

IV

Entrei em casa, despi-me das roupas extras, e assim que me sentei em frente à televisão, veio a chuva pesada. Pareceu-me um bom momento para ouvir uma boa música e escrever sobre.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Olho em volta e não vejo nada. Pessoas que passam e passam, e pronto. Barulhos nocivos de facas a garfos rasgando os pratos, e conversas cruzadas e inintendíveis - graças à algo.
Me sinto em formigueiro iluminado por neon, onde formigas vêm e vão e passeiam com seus amigos em coleira. Não sou do tipo que acha tudo bonito, então por que deveria eu achar isso? Não entendo. As famílias postas em seus determinados postos de serviço; mãe com criança no colo, pai andando atrás por provavelmente não aguentar mais andar e ver objetos de desejo e consumo atrás de vidros, ou espelhos metafóricos da alma de alguém que não se importa mais com nada a não ser com aquilo que está alí, incansavelmente alí, e não nela.
Quando sou eu um dos passantes não penso no quão estranho é se deixar ver nesta situação. Como diria uma frase célebre de uma banda que gosto muito: "somos como sapos distraídos na banheira com a água começando a ferver".
A felicidade do lazer distrai. Acho que vou eu também passear.

Madrugada rotineira

Não consigo dormir. Minha fome desvirtua qualquer pensamento que me leve à algum estado de relaxamento. Não adianta, não consigo dormir. Já passei das 22 horas às 2 da manhã dormindo, me acordei de susto por pesadelo recorrente e agora já não consigo mais dormir. Não adianta, não importa o quanto eu tente, ou quantas ovelhas passem pelo maldito cercado, não adianta, só penso se elas estarão bem do lado de cá, ou do lado de lá, ou se irão conseguir pular todas a tempo de cobrirem-se da tempestade que cerca a minha paisagem outrora de Sol e poucas nuvens charmosas e delicadamente desenhadas.
Não consigo dormir. Olho pela janela e vejo a luz do poste. Olho pela janela e velho a escuridão da madrugada. Olho para a janela e penso que devo limpá-la amanhã. Sinto um vento frio entrando pelo quarto; levanto-me para fechar o vidro fosco, fechar a cortina laranja; aproveito e pego mais uma coberta, meus pés estavam frios e talvez por isso eu não esteja conseguindo dormir.
Não consigo dormir, e já são 4 da manhã. Viro-me prum lado, viro-me pra outro. Minha coluna dói de estar deitado tanto tempo e me sento para assistir alguma coisa em meu notebook. 5 da manhã e minha coluna incomoda por eu estar a tanto tempo de mal jeito, e me deito novamente. 6 da manhã me viro contra o notebook, passei tempo demais na mesma posição e sinto meu corpo relaxar. 7 da manhã e o sono começa a nascer junto de uma luz incômoda, natural. 10 da manhã e meu celular desperta, e me fez despertar de um sono de sonhos estúpidos e utópicos.
Agora não importa, quero dormir.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Não são as opções. São as ocasiões, as situações. O trilho é caminho único, independente das bifurcações. Até onde sei, trens não andam pra trás e, mesmo que andassem, seria um pecado gastar combustível para pegar algum pertence esquecido por algum passageiro desmemoriado em alguma estação - próxima ou distante. Imagino estar sentado na janela enquanto tantos se acotovelam pela visão de coisas pouco visíveis passando. Já me acotovelei também, lutei e ganhei em busca de algo que mostrasse algo revelador, ou apenas relaxante para as próximas horas, longas horas, de viagem. Não relaxei, tampouco encontrei resposta - nem para futuro e muito menos para passado.

Não são as opções - a compra do bilhete, os passos até este trem. É tudo que levou à compra, aos passos, aos acotovelamentos e à clara decepção diante de uma janela embaçada pela velocidade interminavelmente crescente, ou melhor, à pressa, incrível pressa, do maquinista de chegar a este tal lugar ao qual todos que adentraram os vagões, vão. É claro, o maquinista vai, depois da chegada, pegar outro trem e seguir por aí "maquinando" seus outros tantos trens. Os passageiros vão ter que se contentar ao lugar.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Minha grande doença é ter medo de fazer algo quando já não há nada a se fazer. Nem sei se já não tornou-se uma mania, ou um daqueles tiques nervosos; um vício. Quero sempre abrir o paraquedas em meio à queda que me decidí levar só o corpo e a mente. Sei que minhas asas são puras metáforas, mas tenho que aprender que mesmo nas metáforas não abrem-se as asas por um espirro.

domingo, 28 de março de 2010

6

Pra que serve a saudade, afinal?
Amo meus filhos, mas que falta me faz ter sido filho de alguém. Bons tempos que até me veio um sorriso, ou algo parecido com isso.
Olho pelo retrovisor e vejo meus filhos, imagino-os crescidos.
Olho para o lado e vejo minha esposa, e imagino como teria sido com outra. Todas aquelas meninas lindas do colegial e da faculdade... e casei-me, diante todas opções, com ela.
Tempo louco. Estava quente, esfriou, e agora me parece que vem chuva.

5

Quanta saudade de minha pele jovem. Se me tocasse novamente como eu era antigamente sentiria seda em minha mão, e é uma pena eu não ter percebido isso àquela época. O tempo da chegada das televisões preto e branco, onde tudo me parecia mais mágico que agora. Todas as descobertas me eram tão especiais... agora... agora o quê? É correr, meu filho. Correr atrás da vida, e rápido.
Quanta saudade das minhas tetas em pé, dos meus pés e das minhas mãos bem cuidados - e não se engane, pois cuido-os; mas o tempo se encarregou de não deixar nada o mesmo, nem a casca nem o resto que me cabe. É correto que nada nunca será; e é para isso que sinto saudades, não é mesmo?

4

Olho para o banco de trás e vejo pequenos "eu's mais minha esposa", rindo e chorando sem saber o peso que rir ou chorar teria em suas vidas dentro de uma ou duas décadas.
Para eles me parece tão fácil. Não precisam de bons motivos ou algumas doses.
Agora dormem tranquilos.

Ah...! Que saudade... que saudade de me deitar em minha cama e fechar meus olhos e sentir que a única coisa que me atordoa é a ansiedade pelo próximo dia, ou pelo Natal. Hoje, se me deito para dormir, só rezo para que amanhã passe rápido o bastante para que o começo de mês chegue logo, e todos os Happy Hour's começam a valer à pena, ou que todas aquelas vidas que passam pelo meu carro apenas passem e não deixem marcas.

3

Me olho no espelho do retrovisor e tenho que escolher entre meus olhos e minha boca, e percebo o quanto minha vida foi isso.
Ou presto atenção nos traços fáceis da beleza comum ou... bom, sempre escolho os olhos. A burocaria da inteligência é muito comovente, mas pouco prática. Como toca e qualquer democracia, demora e toma tempo. E tenho pressa.

2

Me olho no espelho do banheiro e mal vejo meu rosto. A fumaça do banheiro quente não é o problema, para isso passo a toalha e torno a imagem viva. Mas e eu?
É só um passar de toalhas que me repaginará? Não sou reflexo de espelho, sou no máximo o rosto cansado refletido em pedra.
"A vida veio e me levou com ela", disse Cazuza. A nossa diferença é que ele morreu para viver. Pessoas como eu apenas vivem para morrer.

1

O tempo passa rápido. O tempo passou rápido, muito rápido. Parece que está com pressa; é aquele aquele carro apressado na sua cola em dia que você que você quer só passear; buzina e te xinga enquanto tudo que você queria era voltar de uma tarde tranquila de domingo na Redenção. Você fecha as janelas do carro, mas do que adianta?
Entre as buzinas e o silência do Tic-Tac'ar constante do maldito relógio de pulso fico com... sei lá. Qual escolher?

quinta-feira, 11 de março de 2010

O garçom e o futurólogo bêbado

Trabalho por agora num bar
atendo tudo quanto é tipo de gente
escuto causos estranhíssimos

Pois me veio um homem bêbado dizer saber o que se passa
aí que me contou que dentro de mim há alguém que amo
e que este alguém que amo foi-se embora
e que este eu espera pelo alguém que amo voltar

Me veio o homem dizendo
és homem bom
vais enriquecer, ser reconhecido
e virar padre

A primeira parte é verdade
a segunda faz parte

Um Inteiro

Nada de bom veio com a fumaça,
nem o trem
nem a trapaça
Nem tento me desculpar por minhas falhas
nada devo ao mundo
nada vivo preso a muros

Nunca tentei mais que posso
não suporto esse sufoco do
não posso, não podem, não podes
Não tentar vaiar quem esvai o tempo por medo
nunca aches que
nunca acharás teu lar, nunca verás teu mar, nunca serás teu par

Se andas sozinho, ande sozinho inteiro
não sozinho catando os pedaços de gente latente por
supor a felicidade assistindo vídeos auto-explicativos
sobre a roda, o fogo, e o nada

Nada mais é pouco
nem o grão
nem todo chão
Nem o todo
nada mais é que
nenhum mistério desvendado

Se ando sozinho é por andar inteiro
caso não esteja sozinho é para ser mais que um

Ele é um comediante!

De tão engraçado rio junto
e mal posso esperar pelas próximas risadas
se quem rí por último, rí melhor
lanço o desafio
vem testar minha paciência
cada sacada sagaz
cada pitada de ironia
me ponho a rir na cara do perigo
e sorrio!

Ele é o melhor dos comediantes
criou a melhor das piadas
e descansou no sétimo dia
mal sabia Ele onde se metia
ao final das contas
teve gente que não achou nada engraçado
cada piadinha insana
cada coicidência estranha

Eu sei,
depois que passa a gente rí
mas e daí?
daí que sim
recusei três, quatro vezes,
a todo jogo
e recuso pela quinta
anota com tinta
endireita as linhas
endireita as linhas
endireita todas essas vindas
por já ter me cansado de todas despedidas.

Amei Mas (ainda) Sinto

Amei
até que não pude mais amar
aí que resolví amar mais,
só de sacanagem.

Mas
ultimamente ando me amando
ou tentado, ao menos
mais amar

Sinto
reflito mais sobre isto
ei de ganhar a loteria
uma vez que se deduza eu ter sorte no jogo

Como sempre

Como sobreviver sempre do mesmo
se no mesmo sempre descanso
É alguma coisa na água
ou essa chuva toma por inteiro cada passo
Cansei de falar sempre o mesmo
e sempre desencadear os mesmos argumentos
gastos pelos mesmos sentimentos fortes
fortemente enterrados,
como sempre.

É você meu mal, meu bem

Não venha me fazer parar de tomar
tanto...
café
é você o meu mal,
meu bem

É você o meu quem,
da pergunta
quem te faz sofrer,
meu bem

D'outro

Quando te ví pela segunda vez
nada mais era tão puro
nas ruas nada conseguia não ser tua

Quando te ví pela última vez
nada mais era tão crua
e nas ruas eram apenas pessoas correndo da torrente de chuvas

Ainda lembro da primeira vez
sem nome ou rosto ou corpo
sem tensão ou assombros ou ignorância
trocamos meia conversa sem nem saber a resposta
pela simplicidade da ocasião
e ríamos por vontade, não por motivos
e queríamos ainda os sonhos que nem sabíamos quais eram
um do outro
e que seríamos do outro

Queria eu saber do final
aí entenderia que bem ou mal
me lembraria da primeira,
da segunda vez;
aí entenderia que não existe como haver um se não
nada mais é um coração se não
isto:
d'outro.

Enfim fim

Cansei de tentar ver por quais
meios
por quais
fins
deu-se por vencida esta história

Parei com justificativas
dei-me por convencido
é ser
então, novo
este indistinto
agora, começo,
pois, novo
início; sem
enfim , fim

Carta

Não que eu queira lhe ferir, mas este estilhaço passeando por seu corpo é propositalmente para lhe provir a dor. Não, nunca vou me esquecer de nossas notas musicais em terças e quintas, e tampouco vou cantá-las. Não há porque deixar a hipocrisia me tomar, se já tomaste todas por solidão em apenas um gole. Haverá, deveras, de entender. Haverás que, por conseguinte, permanecer calado, sem dar nenhum passo. Terás que sofrer, por mais que não queira que sofras. Terás que me olhar, por mais insignificante que sejam as trocas de olhares. Vais te deixar cair em tentação em me falar, e vais te lembrar que já te pus em teu lugar.
Não me leve a mal, negócios são negócios, e o resto que nos seja a parte. Não fique mal, negócios são negócios, e que tudo que nós vivemos esteja à parte.

Com amor; nem o chão, nem o céu. Mal sou meu e ainda queres que seja teu...
Você realmente quer
quer me mostrar como dançar
pretende me ensinar novos passos
quando fui logo eu quem lhe ensinou a andar

Tenho vocação para a vida
seja ela dor, desde que seja ela viva

Não venha dizer
não venha fingir nem
nem tente abrir meus olhos
quando estão descansando
apenas descansando

Tenho vocação para mim
espero que você consiga sentir
o que sinto
minha vibração não é tão fácil de trair
Vou aproveitar a vida
antes que ela se aproveite de mim.
Vou quebrar as barreiras
e provavelmente minha cara.
Temo o que não conheço,
então vou conhecer tudo.
Queria poder ser diferente
me sentir satisfeito com o tempo
e parar de querer Sol quando há Chuva
e de querer Chuva quando há Sol
Me tranquilizar e trabalhar como Servidor Público o ano inteiro
só para aproveitar quinze dias de férias ao ano
e achar bom.
Sonhar com mais três na cama, quando eu quero só um.
Queria parar de ficar nessa de não saber
se vou ou se fico
de desvairar ou tomar algum partido
Se não encontro as palavras
se me perco em raciocínios
quer dizer então que não mais sinto
que apenas revejo
cumprimento
saúdo
e deixo ir embora
ou digo à mim
algum até amanhã
saudoso
saudoso tempo
e desejo saúde
por não me desejar a falta e
por agora,
não saudade

Dois buracos

Então é isso, demorei tanto para ser vencido por uma frase de banheiro. Apareceu em discussão de bar e arrebatou argumentos e dúvidas.
Então era isso o tempo todo:
Cavei dois buracos, e joguei toda terra do segundo, no primeiro.
Resume-se a isto. Pedí uma liberdade e sacrifiquei outra. Sacrifiquei por gozo ou sacrifiquei por precisar provar a mim mesmo da qualidade da água que bebia?

Ao Passeio.

Por fora cicatriza os cortes, os hematomas. Por dentro fere-se a alma, o coração. O tempo acata seu dever de apenas ater-se àquilo lhe dado: ao passeio. Eu me detenho apenas em ter-me por inteiro.

Sem pressa é o que o mundo inteiro insiste em me ensinar, e que eu persisto em errar.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Engraçado isso, mas para quê o céu sem um chão?
Lembre-se disso, o mundo engrena não pelo problema, mas pela solução.

Já esqueceu daquilo?
Tudo que convém pouco perdura.
Quem colhe a fruta verde não come nunca a verdade madura.

Estranho isso, não é não?
A vida ensina, o idoso então aprende e o jovem se arrepende
A vida é usina
Quem disse que me disse do quanto me ouviu dizer o tanto que é sofrer fazer perder?
É o mal-dito popular
é o dito popular
é o popular
e eu

Já percebeu isso?
De que serve o fel sem o mel
De que serve,
se na falta de assunto,
anunciar quem é o Autor e quem é o Réu
De que serve o pecado sem o excesso

O que me resta de tudo
se não o que me resta?
Como eu vou olhar pela porta sem a fresta?
O que me sobra da pergunta
que não a resposta?
Cuidado com o passo,
cuidado com o que passa.

O que me resta de tudo
se não o resto do mundo?
Pra que olhar pela fresta
quando a porta está aberta?
O que me sobra da pergunta
que não a resposta!
E que resposta eu espero
que não esta?
Descuido com o passo,
cuido do que passa.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Mas é que o ano é Novo, e não só por isso tudo que eu quero tem que ser Novidade.
Continuo querendo os mesmo, perto. Continuo querendo o mesmo sonho, com pitadas, porém, de uma certa realidade outrora angustiante - agora, tentadora.
Sigo o mesmo contratempo, com o mesmo humor caleidoscópio.
Me atento, no entanto, a modos diferentes; a casos diferentes; aos mesmos rostos, mas a expressões diferentes. Não é o mundo que muda, tão somente. É a vontade de se fazer diferente.
Sou dono do futuro tanto quanto sou dono do passado, e o presente ainda vou fazer ser bem-vindo.