Olho em volta e não vejo nada. Pessoas que passam e passam, e pronto. Barulhos nocivos de facas a garfos rasgando os pratos, e conversas cruzadas e inintendíveis - graças à algo.
Me sinto em formigueiro iluminado por neon, onde formigas vêm e vão e passeiam com seus amigos em coleira. Não sou do tipo que acha tudo bonito, então por que deveria eu achar isso? Não entendo. As famílias postas em seus determinados postos de serviço; mãe com criança no colo, pai andando atrás por provavelmente não aguentar mais andar e ver objetos de desejo e consumo atrás de vidros, ou espelhos metafóricos da alma de alguém que não se importa mais com nada a não ser com aquilo que está alí, incansavelmente alí, e não nela.
Quando sou eu um dos passantes não penso no quão estranho é se deixar ver nesta situação. Como diria uma frase célebre de uma banda que gosto muito: "somos como sapos distraídos na banheira com a água começando a ferver".
A felicidade do lazer distrai. Acho que vou eu também passear.
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