segunda-feira, 16 de março de 2009

Biografando um Passado Canastra, parte 1

No final das contas a maior guerra que podemos presenciar é esta: como esconder a sombra quando se quer vestí-la.

Muitas frases inteligentes alienam e emburrecem;
tudo faz sentido, tudo é verdade.



É como se eu quisesse ver as casas pegando fogo.
É como se eu quisesse ver as coisas desabando, incessantemente; como a chuva.
Uma chuva tão forte que nenhum incêndio possa secar.
Uma fogueira tão intensa da qual nem tantas tempestades consigam apagar.
Mas esqueço que não sou Filme. Meu estômago dói; os pés estão realmente molhados, e gelados; e eu, de um modo inquestionável - e desgraçado - me sinto culpado.
Nas casas existem crianças que eu poderia ter sido; homens que eu poderia ser um dia, quem sabe. Apenas as mulheres são felizes; elas eu ainda posso ter. Ainda posso estragá-las, como me estraguei. E, por conseguinte, as crianças e homens.
Os atores são eles. Passageiros. Dirigir, sim, cabe a mim. Passageiros são eles, como todos.

Eu não acredito em Deus. Só acredito em quem acredita em mim; e sei que, ao menos Ele, não seria Tolo o bastante para isso.

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