segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dos não's, apesar quê.

I

Difícil é jogar um jogo
onde não se ganha
não se perde
então não se perca!

Não se iluda
não se meta
a pensar
o mundo é pequeno.

Não se esqueça
que esquecer não é não lembrar,
é não se importar em um contexto onde não se lembrar é algo próximo de um apenas
não é mais tempo de ainda estar lá,
ainda que apesar.

Embora que apesar de ainda que apesar
vida:
peso.
E dos que ainda pesam.
Mas que pesam,
apenas,
e não mais causam dores musculares.

II

Mas ainda me sinto repetir;
meu vocabulário anda ainda escasso,
então tenho tentado aprender novas línguas
em meio a outras línguas.

Mas acabo sentindo falar ainda o mesmo;
ainda que em outras línguas,
o mesmo antigo sempre vicioso
antigo argumento.

Mas tento parar com este vício;
o de viciar no sofrimento,
ou na falta de
(ou na falta).

III

Aí mudo a estrutura.
Reconstruo.
Insisto na novidade.
Esqueço daquele quadro antigo
exposto na sala de minha antiga casa.
Pinto um novo.
Mas como pode?
Uso as mesmas cores.

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