domingo, 28 de setembro de 2008

Biografia, de novo.

- Opa!
- E aí!
- Me vê três pães.
- Ok mestre.
Virou, pegou os três pães, ensacou-os com suas mãos de luvas transparentes, pesou-os e pronto.
- Pronto!
- Valeu!
Digiriu-se ao caixa, após especular preços da duas únicas prateleiras da tal padaria. Ele gostava dessa padaria. Era mais uma dessas de esquina, mas tinha um clima que não saberia explicar. É como quando você sente algo que... sabe, não sabe explicar. E ele sentia isso pela tal padaria.
- Fala rapaz!
- Bom-dia, Seu Pedro. - Seu Pedro era dono a pouquíssimo tempo da tal padaria. O povo fala que, depois de um tal acidente, a aproximadamente uns bons três meses, o tal ex-dono dessa tal padaria teria acabado por vender a tal. Padaria esta que, agora, era de Seu Pedro.
- Vai ser só?
- É. Fim de mês, sabe como é.
- Tá certo, tá certo! Bom dia, rapaz!
- Valeu Seu Pedro, até!
E saiu.

Acho que por essa história toda que acabei gostando da padaria. Era engraçada. Ficava ao fim de uma estranha rua de paralelepípedos, estreita. Coisa que não se vê mais em cidades tão grandes quanto essa que eu vivo. Mas a rua, essa tal, desemboca numa praça bem... relaxante. Pena que hoje os pães estão quentes, tenho pena de deixá-los esfriar enquanto passeio.

Seguiu em passos firmes para casa. Eram quase sete horas da manhã, e o longo, longo dia estava apenas começando.

Cidade nova, vida nova. É o que dizem. Rotina é algo mortal no sistema.
Mas é sempre bom conhecer algo novo. Ou alguém novo. Tipo desses que se for embora não vai doer por dias, mas que se ficar vai ser bom.
É bom.

Um comentário:

Bobbie Ladyamnesia disse...

é a rotina que nos dá norte, não? isso é tão bom quanto ruim, creio eu...