quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Biografia do encontro

Me parou uma mulher a gesticular com a boca. Fiz sinal que não ouvia e tirei os fones do ouvido.
- Oi, esse passa pelo Parque Central?
Sorri.
- Não faço idéia!
Me sorriu de volta e sentou ao lado. Nem tinha reparado o senhor do meu lado sair. Não sabia que de uma cidade grande a outra qualquer demoraria tanto.
- Então quer dizer que teremos um forasteiro naquela cidadela... - incrível, mas os óculos escuros não mascararam sua boa vontade em me mostrar algum lugar para pernoitar.
- Só sei que paro no Terminal das Saudades.
O ônibus chacoalhava com as estradas mal cuidadas do interior. Das três horas da tarde que saí, não se via nem o sol do dia. Já se via o amanhecer de um novo.

E já se encontrava o meio-dia. Estela, que por R não deixava de ser estrela, me manteve com a cabeça para o futuro. Nem lembrei e reparei onde estava, para onde ia. Me contou seus planos com sotaque algum. Não era menina de lá, percebia-se isto de longe.
Ao pararmos para o almoço fez prato urbano. Muita salada, sem carne, um arrozinho e alguma coisa para deixar bonito. O de sempre, como sempre.
- Quando chegarmos vou te mostrar o parque, é muito bonito. Entardecer nem esfria, muitas árvores!
- Onde eu morava tinha um imenso, morava perto.
- Pois esse você também vai gostar!
Me fazia parar de falar sobre os passos dados. O que muita gente tentara por anos, conseguiu em poucas horas.

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