segunda-feira, 4 de abril de 2011

E é por isso

E é por isso que moro entre Vênus e Marte:
Um é de Milo, o outro é o do Mito da Igualdade. Um é o da correnteza, o outro é dos que têm coragem. Mas não se engane, os dois são do medo; os dois são da casualidade.

E é por isso que moro entre Marte e Vênus:
Um é o dos segredos, o outro é apenas mais uma história boa, de se contar para o travesseiro. Nada mais muda, que não o encarte. Nada mais é o mesmo depois que se entende a sua parte.

É por isso que moro em chão de Terra:
pelo cheiro de terra molhada em tarde ensolarada. Tudo não passa de chuvas de verão, então.
Que depois o mundo gira,
do dia à noite, sem mistério;
do relógio que desperta ao tempo que adormece;
do corpo que é alma
e que torna a ser corpo a cada brisa gelada.

E é por isso que moro em meu corpo,
como casa que não tinha teto,
não tinha nada - que não uma cerca fechada.

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