De um modo ou de outro, o objetivo sempre foi te salvar. Nada mais. Olhei pra ti e achei que eu precisava fazer isso, e fiz.
Acho que, de um jeito ou de outro...
acho que te salvei.
Quando você não quis mais ser você, te dei outra pele, e te vestistes nela como um homem veste roupa de criança - ou de como criança veste roupa de adulto; o desajeito das mangas longas e o sufocar da gola apertada.
Te tirei de ti.
Naqueles seus livros que ficaram comigo, encontrei mais de uma anotação. Uma delas que nunca esqueci foi:
"
banal.
está tudo banal.
a música está banal,
os dias estão banais,
os abraços,
as conversas,
os olhares.
as despedidas.
paixões são banais;
que um dia elas passam,
e nada.
banal.
seus banais
tolos
mártires
sofredores:
está tudo banal.
que um dia tudo acaba,
que parece que nem começou.
banais.
são todos banais.
todos vocês:
banais.
todos nós. "
Sua letra estava melhor, então acho que foi realmente uma das últimas coisas que você pensou.
Foi minha culpa?
Todo esse teu desencontro - desencontro que teu desencontro me também causou -,
...
vai ver fui eu o vilão.
Vai ver eu deveria ter sido...
ter estado...
ter...
não. Isto teria sido pouco.
Eu que deveria ter sofrido a maldição da banalidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário