quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Poderia, se.

Agora eu poderia escrever o mais lindo poema de amor. Poderia escrever o mais belo conto de paixão. Poderia, pois não posso, não agora. Poderia, pois não tenho a quem dizer, a quem contar, a quem pedir para acender a luz para que eu possa melhor ler.
Agora eu poderia te dizer as mais belas palavras; mas a tí? A tí quem? Poderia se soubesse de ti, mas disto não sei. Sei bem sobre mim, sim. Sobre ti? Quem és?
Agora eu poderia recitar para mim os mais belos versos, citar os mais belos tons das mais belas manhãs, tardes, noites... Mas não, não posso. Poderia se me convencesse de que amo tanto assim a mim. Eu poderia me dizer o que dirias para ti mesmo, se.
Agora eu poderia fazer as mais belas declarações a mim mesmo; mas a mim? A mim quem? Poderia, se soubesse tanto quanto te digo saber de mim. Sobre mim? Quem és?
Não, não. Melhor, por agora, dar-me ao silêncio, ao suspense. Um dia as declaro, porém não em vão. Não, não; melhor agora não.

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