quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Admentindo Biografia

Preciso de uma fagulha.
De um antro.
Desculpas,
preciso de desculpas.
Mentiras, admito.

Sem isso ou aquilo,
sem desperdício.
Admito,
admito: minto.

Precisa-se de vendedor, diz a placa.
Eu preciso de um comprador dos anos
das dores,
dos antros,
de tantos mantos perdidos.
Mas eu minto,
acreditas?

Eu minto descaradamente.
Admito!
Nem cara descaro. Nem cara tenho.
Nem o peixe alimento,
quer que eu alimente tua alma!
Que gana,
que força. Que coisa!

A máquina, a máquina, a máquina, a máquina,
eu.Sem descanso,
sem descaso, descalço.
Nú, na vergonha, sem delongas e entendendo xongas!
Nem ente querido,
nem pente perdido.Procuro o quê?
- Acho quê. - Achas tanto!

No tapete, puxa!
Admito:minto.

Puxa!

Puxa, que isso?

Puxa. Desisto.

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