quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Biografia do baque

Às vezes, como agora, me bate uma saudade. Aquela agonia escondida em um lugar que ninguém sabe onde é, só que perto do coração o é. Acontece que teimam que o que dói é o coração, mas como vão saber?
Essa nova cidade é interessante. Mas quente, extremamente quente. Meu apartamento, que até é bem localizado e ventilado, fica insuportável a noite. E os mosquitos? Enche!
É muita rua, muita gente - que devem estar em algum outro lugar agora. É verão. Para muitos férias, mas para mim não.
É muita fumaça, e provavelmente muitos carros - não tenho como saber, estão na praia junto com seus donos, ou estacionados, esperando.
Muitos prédios grandes, muita luz quando não deveria ter. Muito barulho quando não deveria ter. É grande.
E tem muita gente. Muita gente diferente, que eu nunca ví, que eu nunca seria como.
E aí bate aquela saudade daquela cidade que era cidade, mas também casa. Sem quantidade variante dependente da estação. Não era pequena, não sinto diferença nisso. Só era mais... conhecida. A cidade, grande, cidade grande esta, não passa de escritório-quarto-padaria e supermercado nos finais de semana. E uma praça grande demenos para um chafariz grande demais.
E aí dá aquele aperto. Mesmo quando penso que não teria porque continuar na antiga cidade pequeninamente grande. Mesmo sabendo que saudades de hábitos não existentes não são saudades, mas falta daquilo que eu nunca tive, ou soube ter.

Não sabia que seria assim.

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