terça-feira, 29 de março de 2011

Biografia de mais uma noite Canastra

I

A noite me transforma
de sujeito a verbo
o da ação
que age
perdido em meio ao silêncio e à solidão de uma cidade encharcada de álcool e boas intenções.

À noite me vingo
e de cem passo a único
um corajoso em ver onde se está
crua e nua cidade
ou apenas um medroso
incapaz de circular onde passam todos
com seus rostos pacatos e hostis.

II

Olho para frente:
ninguém.
Aí me viro para trás e também. Percebo estar cercado por mim mesmo. Nem em primeiro,
nem em último,
nem ao menos no meio, no centro; por cima, por baixo. Estou dentro, talvez;
da sujeira do cinismo da ironia da solidão,
da ilusão do homem da cidade em pensar que da sina da necessidade da conquista sobre ao menos...
ao menos... as luzes artificiais do calçadão? Não, péssima rima, que fiz só para rimar algo que não sei dizer ao certo.
Que sobre ao menos... o Ao Menos?

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