Queria eu poder amar como amam os da esquina.
Se pegam nas mãos,
se enchem de não's implicantes e insistentes.
Riem-se da desgraça, de seu infortúnio, afinal:
encontraram alguém para encarar a vida inteira.
Desgraça,
esta,
que,
ridiculamente devaneio.
Queria eu poder saber o gosto do teu desgosto,
do teu anseio,
dos medos,
sonhos impossíveis,
impossíveis, sei. Mas não!
Eu me engano,
engano-me comigo mesmo. Engano-me com meus quereres.
Ainda descubro.
As tentativas são diversas, os erros são infindos, as mortes a cada noite dóem, sim. Mas a sem-vergonhice anda lado-a-lado ao desinteresse.
- Eu já disse hoje o quanto te amo?
- Não - imitou a voz doce, puxando um pouco de ansiedade e entusiasmo.
Silêncio.
Imitou a voz, imitou o choro. Só não pode imitar o corpo.
Um comentário:
Eu ainda não consigo pensar no que escrever aqui...
Aí eu pego e escreveo que eu não consigo, e justifico isso. Depois justifico a justificativa.
E, assim, consigo um comentário de várias linhas. Talvez ele nem diga nada, de fato. Mas, se como eu, ficares feliz com o número 1 aparecendo no mostrador de comentários,esperança de alguém leu algo. Mesmo que não tenham lido. Ou mesmo que as leituras sem comentários sejam mais frequentes do que podemos imaginar... já valeu.
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